Sinopse: “Amor, Casamentos & Outros Desastres” é uma comédia romântica de vários estilos sobre as pessoas que trabalham em casamentos para criar o dia perfeito para um casal amoroso – enquanto as suas próprias relações são bizarras, estranhas, loucas e longe de serem perfeitas.
Direção: Dennis Dugan
Título Original: Love, Weddings & Other Disasters (2019)
Gênero: Comédia | Romance
Duração: 1h 36min
País: EUA
Frágeis Enlaces
Se analisarmos friamente os currículos dos envolvidos em “Amor, Casamentos & Outros Desastres” podemos sair mais confusos do que esclarecidos. O elenco reúne a carismática Maggie Grace (que nunca conseguiu emplacar bons papeis após se destacar como Shannon na primeira temporada de “Lost“) com a artilharia pesada de Jeremy Irons e Diane Keaton, a segunda mais acostumada com comédias românticas nas últimas décadas do que o primeiro. Contudo, no comando desta obra que resgata os pequenos mosaicos de diversas histórias que podem (ou não) se encontrar – típica do início dos anos 2000, está Dennis Dugan, o nome por trás de alguns dos sucessos de Adam Sandler, além do pequeno clássico “O Pestinha“, que completou trinta anos em 2020 e ganhou até sessão especial em drive ins, que tiveram um retorno ensaiado no período.
O primeiro trabalho de Dugan desde 2013, quando dirigiu “Gente Grande 2“, foi idealizado por um pedido de sua esposa. Ela gostaria que ele falasse de amor e, em um roteiro trabalhado ao longo de quinze anos, faz sentido o uso de uma linguagem em voga naquele tempo. Esta forma de representação encontrou seu auge em “Simplesmente Amor” (2003) e permite que diversas manifestações de comédias se desdobrem. Com isso, há um risco menor de desagradar parte do público, porém temos a certeza de que não nos conectaremos da mesma forma com todas as partes deste todo.
Se há uma surpresa é que o passado do realizador não deve ser levado em conta. Quem imagina algo próximo de um besteirol, encontrará bases sólidas de pequenos romances que acontecem em meio ao clima de um luxuoso casamento em vias de acontecer. Maggie Grace é Jessie, uma organizadora de casamentos (vamos aproveitar o termo antes que vire wedding designer). Convocada às presas, ela terá oito dias para entregar o grande evento de Boston: a união do favorito a vencer a eleição municipal com sua amada. A moça terá a resistência de Lawrence Phillips (Jeremy Irons), famoso cerimonialista conhecido por seu perfeccionismo e ser muito ranzinza. Viúvo há cinco anos, ele terá um encontro às cegas com Sara (Diane Keaton), uma deficiente visual que tentará quebrar o pragmatismo e a chatice do seu date.
Curioso que o núcleo que envolve os dois veteranos do Cinema é o que funciona menos. Sua história demora a engrenar e o roteiro se baseia em uma falta de tato de Lawrence, o que, além de constrangedor, soa forçado. É o ponto onde o cineasta não consegue desenvolver tão bem a narrativa e apela para situações mais trágicas do que cômicas – sem se dar muito conta disso. Porém, ao trazer para o projeto Iron e Keaton (o primeiro angariado em uma viagem do diretor com a esposa-inspiração a Londres), a trama naturalmente dará um peso a este arco na parte final.
Com isso, a comédia que funcionava melhor (mesmo que irregularmente) envolvendo o irmão do noivo e Svetlana (Melinda Hill) em um reality-show de relacionamento, começa a perder espaço. Já as presenças populares do cantor mexicano Diego Boneta (o cantor Mark) e do comediante e diretor Andrew Bachelor (o guia de turismo Ritchie) mereciam ser mais do que um punhado de gags do segundo e uma relação pouco sólida do primeiro.
A ideia de subdividir é, em um primeiro momento, acertada – até para facilitar possíveis desdobramentos. Usando o casamento como um negócio, que afeta uma cadeia de relações sociais, “Amor, Casamentos & Outros Desastres” consegue divertir também de forma segmentada. Ao mesmo tempo em que falha em uma construção de empatia por parte do personagem de Irons, faz rir com facilidade quando mergulha na falta de noção da história que envolve um rico endividado, uma stripper e um mafioso. Talvez nem Dennis Dugan imaginava que tropeçaria por querer sair de sua zona de conforto, desenvolvendo pouco boa parte dos conflitos. Desta vez, seus melhores momentos acontecem quando o filme beira o nonsense.
Veja o Trailer: