Sinopse: Cine Vaz Lobo é um documentário de curta-metragem selecionado pelo prêmio Curta Rio, que mostra a luta de moradores pela transformação do cinema de Vaz Lobo em Centro Cultural. A luta dos integrantes do movimento para a preservação do Cine Vaz Lobo fez com que o prédio não fosse demolido em 2010 para a construção da via urbana Transcarioca.
Direção: Luiz Claudio Lima
Título Original: Cine Vaz Lobo (2015)
Gênero: Documentário
Duração: 6min
País: Brasil
Há Vidas no Vaz Lobo
Em seus poucos mais de seis minutos “Cine Vaz Lobo” (parte da Programação Quando a Sala de Projeção Vira Personagem da Mostra Cinemas do Brasil) apresenta a grandiosidade do Vaz Lobo, um pouco do complexo cinematográfico que existia ao longo dos subúrbios cariocas e, ainda que como segundo plano, o Subúrbio em Transe, coletivo cultural que foi criado por Luiz Claudio Lima, diretor do curta-metragem e que atua bravamente nesses territórios da cidade do Rio de Janeiro sempre com propostas inovadoras e de formação.
A beleza da arquitetura monumental do Vaz Lobo é ressaltada, mas também sua importância cultural para área da Leopoldina. Uma das vozes, a do conhecido João Luiz Vieira professor e estudioso de cinema, vem de lá. Antigo morador de Irajá, Vieira traz dados históricos e, principalmente, a potência de encontro que o cinema de rua detêm. É preciso dizer que até o final do século XX essa região, com todos seus bairros, (dentre eles Bonsucesso, Ramos, Olaria e Penha) ainda possuía uma grande concentração de salas de cinema. As pessoas por volta dos 40 anos ainda se lembram de uma infância de correria e longas fila logo, ali, nas esquinas de suas casas.
Além de João, vários outros moradores da Leopoldina aparecem saudosos. A festa de setenta anos do cinema é comemorada, mesmo com seu visível abandono. Figuras emblemáticas da cidade como Ronaldo Luiz Martins, uma das vozes do movimento pela manutenção do cinema da região apostam na força da coletividade.
A região denominada de subúrbio carioca é grande em extensão e em pluralidade cultural. Suas inúmeras salas de cinemas, de certa forma, recordavam que, ao redor dos trilhos e para dentro daquelas ruas, vivem grande parte dos cariocas.
Talitha Ferraz, especialista no tema e que tem como tese “Espectação cinematográfica no subúrbio carioca da Leopoldina: dos cinemas de estação às experiências contemporâneas de exibição” deve ser um nome lembrado aqui. Constantemente lembrada para entrevistas que tenham a temática como central Ferraz assume uma postura de compartilhamento. Há que se ver, conhecer e vivenciar esses espaços e não somente falar sobre eles com uma postura distanciada. Essa talvez, seja um dos ensinamentos que academia pode nos trazer. Dentro da cobertura da Mostra Cinemas do Brasil, Talitha falou um pouco de suas pesquisas, como deixamos no vídeo abaixo:
Já o Cine Vaz Lobo e os moradores da região, trazem outro ensinamento vigoroso. O curta-metragem não poderia terminar de outra forma, como celebração. Olhando para uma grande tela e vendo cinema. Da maneira possível.
Sobre o tema vocês ainda podem escutar, além de nossa entrevista com a já citada Professora Dra. Talitha Ferraz, com o Mestrando Léo Barros (clique aqui e assista à primeira parte) e com a Mestranda Joyce Abbade, em breve disponibilizada em nosso canal no YouTube, no feed do Spotify e nesse texto.
Recomendamos as visões de quem quer ver os cinemas dos subúrbios lotados.
Em breve uma entrevista em vídeo e áudio com Joyce Abbade!
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