Festival Ecrã | Curtas Europeus

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Assim como falamos em nossa abertura das análises dos curtas brasileiros, utilizamos como recorte territorial as informações das fichas técnicas do evento – mesmo que seja um realizador radicado fora de sua terra-natal, consideramos o país onde foi produzido. Seguem os dez curtas europeus do Festival Ecrã. Basta clicar no nome dos filmes no índice abaixo e ser direcionado ao texto sobre a produção:

Índice de Filmes

Assistindo a Dor dos Outros
Crescimento Pessoal
Daltônicos
e um gato de porcelana…
Espectros da Terra
Freeze Frame
Homenagem Ao Vento
Papai Se Foi
Potência Bruta
Tu Que Flutuas e Passas por Mim

Ficha Técnica dos Curtas Europeus no Festival Ecrã


Festival Ecrã | Curtas Europeus

Assistindo a Dor dos Outros
(Chloé Galibert-Iaîné, 2019)

Curtas Europeus Assistindo A Dor dos Outros

Usando o desktop movie como linguagem, “Assistindo a Dor dos Outros” é, além de um ensaio sobre a carreira de Penny Lane, realizadora de obras muito pessoais e interesantes no cinema documental, uma forma de trazer algumas das possibilidades que as convergências tecnológicas e as facilidades de comunicação permitem. Chloé Galibert-Iaîné começa seu curta-metragem fazendo quase uma remontagem de “A Dor dos Outros”, obra de Lane que se utiliza de quatro youtubers com uma doença ainda pouco conhecida: Morgellons. Uma síndrome que se manifesta na pele e possui forte componente psiquiátrico. Ainda posta em xeque por muitos especialistas, teve uma importante voz na cantora Joni Mitchell, internada em 2015 com desdobramentos da doença.

Mais do que julgamento, o longa-metragem de Penny Lane quer dar voz, expor. Já Chloé não conseguiu assistir a obra quando ela foi apresentada em um festival europeu e a trajetória de seu curta se inicia com um pedido para ter acesso ao filme. Um pouco obcecada com as manifestações da doença, a realizadora passa a investigar a síndrome e o que aconteceu com aquelas mulheres que participam de “A Dor dos Outros” – nenhuma ouvida formalmente, sendo apenas reconfigurado os conteúdos produzidos para o YouTube. Um filme que nos leva a pensar naturalmente sobre empatia, visto que há uma espécie de contágio quando o elemento psiquiátrico já mencionado ganha força. Chloé começa a desenvolver um sentimento por aquelas pessoas que a leva a ter os sintomas, assim como aparentemente acontece com Lane.

Pensando a obra audiovisual originária, a edição de Penny provoca essa empatia geral e irrestrita, que pode cair por terra quando Galibert-Iaîné vai a fundo naquelas histórias. Uma simples busca nos canais das mulheres que sofrem de morgellons no YouTube revela algumas negacionistas ou adeptas de teorias da conspiração como terraplanismo. Informação que “A Dor dos Outros” não entrega, visto que isso macularia o julgamento de parte do público. A dúvida sobre o quanto a comunidade médica dá às costas aos portadores da síndrome com ou sem razão permanecerá, mas é curioso ver como o espírito da obra de Lane não quer seguir esse caminho.

Por outro lado, “Assistindo a Dor dos Outros” já traz outros questionamentos, notadamente da nossa nova relação como emissores das mensagens. Produtores de conteúdo pressionados por uma necessidade de algo novo diariamente, o que nos faz pairar sobre uma sociedade a qual não conseguimos usufruir – e sim ser usufruídos por ela. Paralelamente, há uma ansiedade constante por novas relações e contatos – um caminho que leva a projeções de futuro e somatizações no presente. Talvez por isso cause espanto a lembrança e o carinho com a qual Penny Lane se relaciona com Chloé Galibert-Iaîné. Foi-se o tempo em que essa distância realizadores e espectadores sequer existia. Mas não parece que estamos levando essa nova configuração pelo caminho mais saudável.

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Crescimento Pessoal
(Vicky Langan e Maximilian Le Cain, 2019)

Curtas Europeus Crescimento Pessoal

Em “Crescimento Pessoal“, os realizadores Vicky Langan e Maximilian Le Cain se valem de experimentalismo mais clássico (chamar de purista é incongruente com a própria linguagem). Como bem lembrado pela sinopse, uma obra que não é possível prever quando foi realizada – não seria exagero ir além e falar dizer que poderia ser resultado de uma influência direta de “Tramas do Entardecer” (1943) e tudo o que veio a partir do curta-metragem de Maya Deren. Um filme totalizante nos elementos, mesmo sem abandono da narrativa. É exploratório ao trazer um casal passeando, observando e interagindo com a vegetação da encosta de uma praia. Estamos ali com eles, por mais de vinte minutos – portanto, é uma obra de contato.

Um homem surge lendo, como se pudéssemos tirar dali um narrador ou algo como as memórias, mas a mulher também compõe os enquadramentos frontais que surgem vez ou outra na montagem. Uma rememoração conjunta com representações tão divagantes de pés descalços quanto os versos de uma Shakira adolescente, que adicionava sonhos branco à raça antiga em sua canção. Aqui os sonhos parecem sombrios, mas só se assim você quiser. A mulher segura para você um espelho e permite que você reflita. O casal se encontra com o mar, finalmente, após uma jornada claudicante. Ali parece que o sonho não tem nada de sombrio e seu final é extremamente feliz.

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Daltônicos
(Ben Russell, 2019)

Curtas Europeus Daltônicos

Gauguin, após uma tentativa de suicídio, tentou encontrar paz nas Ilhas Marquesas, onde faleceu aos 53 anos. O ainda jovem, porém experiente realizador Ben Russell, então, faz em “Daltônicos” um novo exercício de documentário etnográfico a partir de ligações da obra do francês com o território a ser apresentado. Seus primeiros minutos servem também como um curta-metragem de certa autonomia e traz as cores e texturas de algumas pinturas de Gauguin, colocando o espectador bem próximo, a ponto de identificar as pequenas fraturas desarmonizantes das obras. Essas desarmonizações são o que dão sentido à imagem, nos induz formas. Partindo deste ponto, Russell começa a tratar do primeiro tipo de daltonismo: o clínico, que leva uma parte das pessoas a não identificar todo o escopo de cores da maneira como padronizadamente entendemos. Aplica uma textura moderna que se aproxima de Gauguin, uma pixelagem que nos faz questionar o que nos atrai em manifestações artísticas.

Este exercício que se segue é fundamental para que a etnografia ganhe força. Ali o cineasta começa a promover a vinculação de palavras a cores. Elementos como sol, mar, floresta são carregadas de obviedade. A outros vocábulos convencionamos vincular a cores, como paz (branco) e amor (vermelho). Mas o que podemos vincular à leveza? Respeito? Sujeira? Trazendo a população das Ilhas Marquesas para assumir este compromisso, Russell expande nossa visão. Uma região onde a França proibiu tatuagens até pouco tempo por simples manutenção de legislação imperialista e que ainda precisa passar por um forte processo de decolonização.

Um artesão local prefere o amarelo a qualquer cor vinculada à França (branco, vermelho e azul). Já o pesquisador alemão respeitosamente lembra que a cento e vinte anos outro representante de seu país ali fazia brinde com Kava, muito comum nas ilhas da Oceania. Ele também tem a sua ancestralidade. Mas quando chegamos nesse estágio, estamos falando de um outro daltonismo, aquele que nos provê uma visão eurocêntrica deturpada e que, à distância, somente curtas-metragens como este são capazes de iniciar um processo de reflexão.

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e um gato de porcelana…
(Juana Robles, 2020)

e um gato de porcelana…

e um gato de porcelana…” é um excepcional exercício de tratamento de imagens da artista visual espanhola Juliana Robles, radicada em Dublin, na Irlanda. Desenvolvendo trabalhos a partir de filmes analógicos, seu trato com a produção transfere um verniz de registro histórico das representações de casas, templos e castelos ainda em ruínas. É como se o tempo tivesse parado há quase um século ou a realizadora usasse uma máquina do tempo para retratar o day after de um bombardeio. Ao reconstituir os sons das sirenes, Robles adiciona o que estava faltando, visto que a presença humana não condiz com a cena. O resultado final é uma união extratemporal que só o audiovisual permite.

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Espectros da Terra
(Daniel Fawcett e Clara Pais, 2019)

Espectros da Terra

Seguindo um proposta um pouco parecida com a do curta-metragem tratado acima “Espectros da Terra” traz a reflexão sobre o que sobrará de nós, desde que nos coloquemos como seres dispensáveis neste plano de existência. Daniel Fawcett e Clara Pais, antes de didatizar a definição de espectro como aparição fantasmagórica, tem na evocação do passado o grande objeto de sua obra. A espada fincada na terra nos remonta a uma Idade Média, aquele tempo dominado pelo obscurantismo que perigamos repetir. Mas o recado dos nossos ancestrais parece ter tão pouca força, aqui e no filme, o que deixa um sentimento de medo. Isto porque, hoje, além do obscurantismo, temos potentes ferramentas para propagá-lo.

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Freeze Frame
(Soetkin Verstegen, 2019)

Curtas Europeus Freeze Frame

As duplicações e replicações pensadas em “Freeze Frame” é reflexo direto de nossos dias. Buscamos o diferente, mas somos condenados a retomar elementos da rotina por obrigação. Soetkin Verstegen em seu pequeno curta-metragem traz duas questões centrais, muito bem executadas em uma animação de impressionante qualidade técnica. A primeira é que traz o congelamento como forma de preservar. Só que uma preservação que inviabiliza a existência. Faz isso com a adição de vários esqueletos de animais, até que atinge a segunda questão. Ao posicionar o protagonista humano nesse exercício ela nos coloca como um produto, dentro da redoma de gelo por nós criada e transportada. Uma maneira de, se levarmos de forma eficiente esta proposta, inviabilizar a nossa existência da mesma maneira.

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Homenagem Ao Vento
(Sophia Ioannou Gjerding, 2019)

Homenagem ao Vento

Homenagem ao Vento” cria certo diálogo com “Freeze Frame”, curta-metragem tratado acima. Há uma proposta verbalizada pela narradora, que diz que “não é porque fazemos a mesma coisa todos os dias que não podemos fazer coisas diferentes“. Essa animação coloca certa ironia na escolha de sua protagonista, senão, vejamos. A imovibilidade perene de uma estátua no meio de um jardim, é justamente o que a faz ser tão sábia. Executado com aplicações da linguagem gameplay, o filme ao mesmo tempo é um convite à ação e à observação. Quase como duas frentes que precisam de atuação concomitante. Um belo recado a todos aqueles que trabalham com pesquisas ou sentem aquele desejo insaciável por novos conhecimentos e fazeres. Recado dado por quem implicitamente se complementa: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço“.

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Papai Se Foi
(Pere Ginard, 2020)

Curta Papai se Foi

O objeto de pesquisa do cineasta Pere Ginard, que ele traz para o curta-metragem “Papai se Foi“, são os experimentos com movimento perpétuo e suas variações. Se vale de recortes e colagens no estilo clássico para contar uma assustadora história. Visualmente, seus primeiros segundos trazem um pouco do que David Lynch imaginou para seu “O Alfabeto” (1968), curta-metragem que inaugura a abordagem onírica em seu trabalho. Aqui o som é composto pelo famigerado e perturbador tique-taque do relógio e as representações nos trazem formas de fuga com mistura de pernas humanas em cabeças de animais. A ideia de pesadelo de quem tem um pai ausente trafega por uma busca por contato, com breve aparição de uma mesa mediúnica, até que o fantasma propriamente dito ganhe forma.

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Potência Bruta
(Pierre-luc Vallencourt, 2020)

Curtas Europeus Potência Bruta

Potência Bruta” é uma obra de impacto a partir da divisão da imagem de uma luta de boxe em contínuos recortes. Esse esporte, de tradicional abordagem pelo Cinema pelas possibilidades narrativas e estéticas, é resgatado pelo realizador Pierre-luc Vallencourt em uma visão unilateral. Quase não há o oponente em cena, o desafio é pessoal. Mesmo assim, o boxe – visto de forma decupada e com lentidão – sempre surpreende pela possibilidade de condensar a massa humana, sob o efeito de um impacto. É este o objetivo que o curta-metragem busca, em uma trilha que mantém o estado perene de conflito, nos condicionando a enxergar ali uma luta, mesmo que a imagem não deixe claro se a potência é mesmo bruta.

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Tu Que Flutuas e Passas por Mim
(André Sarmento, 2019)

Tu Que Flutuas e Passas por Mim

Há um diálogo muito forte entre o português “Tu Que Flutuas e Passas por Mim” e o brasileiro “Temporal“, igualmente exibido no Festival Ecrã. André Sarmento também nos traz a dor da perda, um rompimento de relação no sentido amplo. Não nos dá ferramentas de juízo de valor e motivações, nos deixando às voltas com o discurso pessoal de sua protagonista. A grande diferença – que torna o diálogo entre obras ainda mais belo – é que, enquanto o curta-metragem de Maíra Campos e Michel Ramos trata desse enlutamento por alguém ou algo nos limites da própria casa, no sofrimento que a intimidade e a cumplicidade permite, Sarmento nos coloca na rua.

Ali a personagem reflete sobre suas vivências ao mesmo tempo que recebemos um conjunto de imagens que provocam um sentido de continuidade da vida. Centelhas de esperança nas configurações de novas relações, no contato com a natureza e a sociedade. A obra portuguesa não nos joga em uma clausura – a mesma que muitos de nós relativamente passa desde o início do isolamento social. Assistido depois de “Temporal”, pode parecer que o visual não se coaduna com o verbal. Pelo contrário, é apenas uma outra forma – ou outro estágio – de encarar o fardo da própria existência.

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Ficha Técnica dos Curtas Europeus no Festival Ecrã

Assistindo a Dor dos Outros (Chloé Galibert-Iaîné, 31″ – França, 2019)
Sinopse: Neste diário em vídeo profundamente pessoal, uma jovem pesquisadora tenta entender seu fascínio pelo filme “A Dor dos Outros”, de Penny Lane. Um mergulho profundo no mundo desconfortável do YouTube e nas conspirações on-line, que desafiam as noções tradicionais do que é ou deveria ser o cinema documental.
Crescimento Pessoal (Vicky Langan e Maximilian Le Cain, 24″ – Irlanda, 2019)
Sinopse: Ao longo de sua colaboração cinematográfica de uma década, Vicky Langan e Maximilian Le Cain criaram um universo cinematográfico íntimo e distinto. Crescimento Pessoal é um filme enigmático que poderia ter sido filmado em qualquer ponto nos últimos sessenta anos. Ele transmite a acusação assustadora da privacidade de um filme caseiro, de grande importância para seus criadores, mas perturbadoramente misterioso para os telespectadores. Sua granulada textura S8 em preto e branco renderiza vivdamente as elementares paisagens marinhas da costa irlandesa onde foi filmado. Langan e Le Cain aparecem como um casal que habita esse terreno selvagem como se fosse uma arena doméstica.
Daltônicos (Ben Russell, 30″ – Reino Unido, 2019)
Sinopse: Um sinestésico retrato feito entre a França, Polinésia e a Bretanha, segue o fantasma inquieto de Gauguin em escavar o legado colonialista de um presente pós-colonial.
e um gato de porcelana… (Juana Robles, 5″ – Irlanda, 2020)
Sinopse: Andar pelas ruas e casas em ruínas de Belchite e Corbera d’Ebre é como revisitar o verão de 1937 e 1938, quando a aviação alemã e a artilharia de Franco devastaram as cidades. Hoje, as cidades antigas são uma testemunha silenciosa da violência e das consequências brutais da Guerra Civil Espanhola.
Espectros da Terra (Daniel Fawcett e Clara Pais, 4″ – Reino Unido, 2019)
Sinopse: Um filme de um mundo sendo consumido, populando por místicas criaturas e espíritos, numa meditação pessoal sobre a natureza e o meio ambiente capturados em super 8mm.
Freeze Frame (Soetkin Verstegen, 5″ – Bélgica, 2019)
Sinopse: Freeze frame é a técnica mais absurda desde a invenção da imagem em movimento. Através de um processo elaborado de duplicar a mesma imagem repetidas vezes, cria a ilusão de quietude. Neste filme em stop motion, figuras idênticas realizam a tarefa sem esperança de preservar blocos de gelo. Os movimentos repetitivos reanimam os animais capturados por dentro.
Homenagem Ao Vento (Sophia Ioannou Gjerding, 12″ – Dinamarca, 2019)
Sinopse: Embora “airway” possa ser uma referência para viagens aéreas e respiração humana, neste contexto “airway” é o nome de um cão. A homenagem ao Airway leva o seu ponto de partida em uma fotogragia da década de 1920 que descreve cão Airway, que era parte animal de estimação, parte animal de laboratório para dois anestesiologistas. Seus testes no Airway levaram ao desenvolvimento de um dispositivo que serve para abrir as vias aéreas do paciente. A invenção ficou conhecida como Via Aérea de Guedel, em homenagem ao médico e ao cachorro envolvidos.
Papai Se Foi (Pere Ginard, 4″ – Espanha, 2020)
Sinopse: Papai se foi. Papai é fantasma. Papai é coisa… girando em sua própria pele.
Potência Bruta (Pierre-luc Vallencourt, 6″ – França, 2020)
Sinopse: Força total, velocidade total, para cuidar do infinito, para transcender a carne. Filmado em Tóquio ocm os grandes boxeadores Momoko Kawashima e Mie Takahashi.
Tu Que Flutuas e Passas por Mim (André Sarmento, 6″ – Portugal, 2019)
Sinopse: Uma mulher lida com o sentimento de perda através da sua ligação com a natureza. Ela reflete sobre o passado e o que poderia ter sido diferente.

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Jorge Cruz Jr. é crítico de cinema e editor-chefe da plataforma Apostila de Cinema.

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