Os Últimos Românticos do Mundo

Os Últimos Românticos do Mundo Curta Filme Crítica Pôster

Sinopse: Terra, 2050. O mundo como conhecemos está prestes a ser extinto por uma nuvem cor de rosa. Os sobreviventes se concentram em dar esperança aos próximos habitantes do planeta, através de uma rádio clandestina e mensagens secretas de amor. Eles se auto intitulam Os Últimos Românticos do Mundo, como Pedro e Miguel.
Direção: Henrique Arruda
Título Original: Os Últimos Românticos do Mundo (2020)
Gênero: Ficção | Romance
Duração: 22min
País: Brasil

Os Últimos Românticos do Mundo Curta Filme Crítica Imagem

O 1º Festival de Cinema Brasileiro Fantástico teve como sua abertura no dia 18 “Os Últimos Românticos do Mundo” (2020) filme distópico passado em 2050 que, em sua primeira parte, narra o amor entre dois jovens homens frente ao eminente fim do mundo. Com uma estética fortemente oitentista, o curta nos transporta para um 2050 imaginado na década de 80, algo como “Tron” (com muito glitter) e utiliza a metalinguagem. Assim, vemos um filme dentro de um filme com todos aqueles símbolos que estamos acostumados a associar às madrugadas insones em frente à TV.

O curta joga com essa memória afetiva com muito bom humor desde sua abertura em uma mescla de personagens que são o encontro entre Joelma, Duda Beat e Pabllo Vittar. Com esse tecnobrega do futuro/passado, não tinha como dar errado.

Embora passemos uma pequena parte acreditando estar vendo um videoclipe, a aposta narrativa é justamente essa, assemelhando-se ao aclamado “Rodson ou (Onde o Sol Não tem Dó)” em alguns momentos. Implodindo com qualquer formatação rígida de gênero (como deveríamos ter feito já há algum tempo/oxalá não demore até 2050) “Os Últimos Românticos do Mundo” aposta nesse amor rosa que, sarcasticamente, aguarda seu fim através de uma gigantesca nuvem de mesma cor que cobrirá a Terra (se o fim for assim, a gente anda precisando mesmo…).

Vivendo do e para o amor até o final, o casal sai por Recife encenando cenas que nos remetem à novos clássicos e renovando nossa concepção de cenário romântico para dentro dessa insólita realidade. Se fosse somente pela atmosfera, já valeria.

Gostamos de imaginar distopias que nos apontem para direções mais interessantes e que invistam em possibilidades razoáveis em meio ao caos. O amor, é uma delas. O filme de Henrique Arruda ainda guarda uma surpresa que também não deveria surpreender. Além de não ter forma e gênero, o amor também não tem idade. Nesse mundo aqui, nesse tempo aqui, não há constatação mais otimista. Que bom que ela vem bem colorida, com marcas do tempo e com cabelos grisalhos.

Veja o Trailer:

Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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