Sinopse: Quatro dias na vida de uma mulher e seu pai.
Direção: Eduardo Valente
Título Original: Um Sol Alaranjado (2001)
Gênero: Drama
Duração: 17min
País: Brasil
O que Sobra no Asfalto
Ter em uma mesma plataforma filmes de Eduardo Valente e uma curadoria do mesmo intitulada OS INFINITOS MUNDOS DA FICÇÃO é um dos ganhos nesse mundo no qual cada vez mais perdido. Para comemorar e ver e rever cada um dos filmes. Valente é um dos cinéfilos, cineastas e entusiastas mais polivalentes da geração e é sempre tempo de celebrá-lo. Merece também efusiva celebração a iniciativa da Embaúba Play em promover a divulgação dos mais diversos filmes nacionais em uma plataforma bem elaborada e de fácil manuseio.
Mas chega de elogios. É fato que, em algum momento, irei destrinchar a seleção de Valente, mas hoje venho escrever sobre seu primeiro filme, também disponível na Embaúba, “O Sol Alaranjado” (2001). A ideia aqui é que possamos acompanhar as mudanças dos cineastas ao longo desses mais de 20 anos que passaram em um estalo. Ainda me recordo do barulho que seu primeiro filme fez, com razão.
Feito em conjunto com o Departamento de Cinema da UFF (Universidade Federal Fluminense) do qual Valente foi e é estudando (hoje como pesquisador), seu primeiro filme já revela uma maturidade (ainda que juvenil) e planos belos ainda e certeiros (talvez camuflando a incompletude do jovem).
O cotidiano narrado pela câmera poderia ocorrer em qualquer casa que revelasse um enfermo. Mas Valente não explora tal situação. Simplesmente a mostra.
Não me recordo no início dos 00 de um cineasta que despontasse e me entusiasmasse a ponto de entrar na faculdade cidade (e depois desistir).
Afinal, o cinema é isso que acontece diante de nossos olhos. Com uns exageros bem colocados ou não. Sempre gostei da delicadeza de Valente. Mesmo em uma gima de cigarro.