A Arte da Felicidade

A Arte da Felicidade Filme Animação Crítica Pôster

Sinopse: “A Arte da Felicidade”, depois de receber uma péssima notícia, Sergio conduz seu táxi pela decadente cidade de Nápoles. Sob uma chuva incessante, começa a questionar sua vida através da visão do futuro e da presença iminente do presente.
Direção: Alessandro Rak
Título Original: L’arte della felicità (2013)
Gênero: Animação | Drama
Duração: 1h 22min
País: Itália

A Arte da Felicidade Filme Animação Crítica Imagem

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Seguindo os princípios budistas, a “A Arte da Felicidade“, que chega hoje ao catálogo do Petra Belas Artes à La Carte, é uma animação contemplativa. Pequenos gestos (e símbolos) que remetem ao modo de viver da religião se intercalam de maneira a nos levar como passageiros em uma viagem de táxi. Mesmo que, por vezes, de maneira um tanto jocosa (mas um tanto profunda) através da voz de um narrador de programa de rádio, o filme nos conduz pela história de Sergio.

É no encontro com uma, até então, desconhecida que procura rememorar os melhores momentos de sua existência e recuperar em ambos algo que se perdeu ao longo da vida. Sem saber muito bem o que exatamente procura e qual destino trilhar, o protagonista busca em antigos espaços de Nápoles os acontecimentos mais significativos com o irmão. Para além de uma obra sobre encontros, se trata de uma sobre aqueles momentos definidores que mudam os rumos de nossas vidas – como uma das primeiras sequências do longa-metragem sugere. Tudo funciona em uma minuciosa trama de entrelaces. Qualquer mínimo movimento ou adição de novo elemento, poderá mudar a rota.

Como o Budismo acredita em infinito ciclo, a animação explora de diversas formas a temática. O retorno dos nossos medos e embates nessa vida mesmo é visto pelos olhos de Sergio em sua relação com o irmão e em sua dificuldade em lidar com as frustrações que teve ao longo de sua trajetória. Às vezes, a expectativa pelo retorno (ou não) é a questão. Em suma, não diferente das grandes questões universais.

Uma das belezas da vida é que, por mais distintos que sejamos, o medo de morrer, de perder alguém que amamos ou de perder a vontade de viver esbarra em todos nós em algum momento. Estamos todos caminhando como equilibristas pela linha que nos separa da vida e da morte. Alguns de nós enfrenta questões mais dramáticas que nos empurra o tempo inteiro para o lado da morte, ainda que não queiramos. A morte em “A Arte da Felicidade” também vem no sentido metafórico.

O abandono de uma relação, de uma vocação, de um caminho. Em seu filme de estreia, Alessandro Rak trabalha com essas metáforas muito bem. Seguimos os não-caminhos de Sergio esperando que ele encontre a calma que seu irmão mais velho Alfredo encontrou. Talvez esteja na música, talvez na nova mulher que encontra, talvez nos questionamentos sobre a vida que ensaia. Talvez. Mas primeiro, precisa estar nele mesmo.

Veja o Trailer:

Clique aqui e acesse a página do Petra Belas Artes à la Carte.

Como funciona: Planos de assinatura com acesso a todos os filmes do catálogo em 2 dispositivos simultaneamente.
Valor assinatura mensal: R$ 9,90 | Valor assinatura anual: R$ 108,90.
Catálogo conta, até o momento, com mais de 400 obras.

Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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