Sinopse: Quando levantou a casa, o sonho viveu lá. Depois morreu e tudo mudou: ficou a ruína. Dizem que ruína é coisa alguma, mas não é verdade. Ruína é a casa do abandono.
Direção: Juliette Yu-Ming, Marcelo Engster e Vitor Kruter
Título Original: Casa Sem Janela (2014)
Gênero: Documentário
Duração: 13min
País: Brasil
Espectro que Ainda Resta
Dentro do programa “Quando a sala de projeção vira personagem” da Mostra Cinemas do Brasil, o curta-metragem “Casa sem Janela” foi produzido em 2014 por alunos da Darcy Ribeiro e tem três realizadores assinando a direção: Juliette Yu-Ming, Marcelo Engster e Vitor Kruter.
Já não sendo o primeiro com a temática, podemos, antes mesmo de falar sobre o filme em si, inferir que o tema da sala de cinema abandonada desperta certo fascínio entre os estudantes da arte. Exibido no festival ReCine, também no ano de 2014, a obra traz consigo uma certa nuvem de glamour e de nostalgia, como também é como a alguns outros filmes da Mostra.
“Casa sem Janela” se aproveita de uma trilha sonora bem trabalhada desde as músicas até os efeitos sonoros dos rolos rodando e dos sons das ruas vivas. “Minha vida se confundiu com o filme…”, “Eu me lembro muito bem…”, ao narrar as saudades narradas, acompanhamos um pouco do que foi a vida cultural carioca em meados do século XX. As diversões, que podem parecer bobas para nós, cabem perfeitamente nesse momento de advento do cinema no país.
Grandes nomes são entrevistados e mostram não a sua relação profissional com o cinema, mas a pessoal. Aquela que ultrapassa saberes e lógicas “intelectualizantes”. O cinema rompe as telas e toma os corpos. Quantos nomes que escutamos de nossos pais e avós! Os desenhos, os filmes “impróprios”, a censura. Tudo faz parte da história dessas pessoas e do cinema no Brasil.
Todo tomado por imagens em preto e branco e fazendo questão de lembrar as imagens que queimavam com a película altamente inflável, “Casa sem Janela” comove por sua edição, mas principalmente por mostrar que no cinema somos todos espectadores prestes à nos encantar. Ainda que as salas tenham sido fechadas, restam as memórias, as poeiras e as vozes de quem lá esteve. Silvio Tendler deve concordar.
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