Sinopse: “Una corriente selvaje” acompanha o cotidiano de Chilo e Omar , os dois únicos habitantes de uma ilha.
Direção: Nuria Ibañez Catañeda
Título Original: Una Corriente Selvaje (2018)
Gênero: Documentário
Duração: 1h 12min
País: México
Histórias de Pescador
A diretora Nuria Ibañez Catañeda joga com a máxima: menos é mais. Em uma narrativa sem grandes intervenções deixa que o cotidiano de Chilo e Omar se desenrole em frente à sua câmera. Com isso, além das belas imagens (também com uma fotografia que aproveita a luz local), consegue registrar momentos de carinho e cumplicidade entre dois homens que, possivelmente, já não sabem mais definir a relação que têm. “Una Corriente Selvaje” parte da programação do Festival Rastro, é, acima de tudo, um filme delicado.
Ora como crianças, ora como colegas, ora como quase um casal, ambos brincam e discutem o relacionamento diante da câmera. Como se ela não estivesse lá. Talvez, por essa razão se mostrem tão humanos, tão contraditórios e tão verdadeiros.
Os laços entre Chilo e Omar são mesmo confusos, mas para eles, isso não importa. Transitam por papéis sem querer defini-los, ao mesmo tempo não deixam muito claro qual tipo de relação foi estabelecida. E, talvez, não importe mesmo.
As conversas densas fazem de “Una Corriente Selvaje” uma D.R. longa não somente entre os dois, mas sobre as relações que estabeleceram com a ilha e seus espaços. O comentário pode parecer uma crítica, mas, pelo contrário. É a partir desses diálogos que vemos a fragilidade de dois homens que precisam manter uma aparência rude, forte, até mesmo grosseira. Mas, como diz Omar, “as aparências enganam”.
Ele que parece lidar melhor com a indefinição e com os comentários alheios. Chilo ainda tem dificuldades para admitir o que capta a câmera.
No fim, ainda que Chilo precise contar suas histórias de pescador, “Una Corriente Selvaje” é uma história de amor.