Feira Preta

Latinidades Pretas - Feira Preta

IMS Convida – Feira Preta

A Força da Mulher Preta Latino-Americana – Latinidades Pretas

(Parceria entre a Feira Preta e o Festival Afrolatinas, com apoio da Fundação Tide Setubal e do Instituto Moreira Salles).

A Feira Preta ocorre desde 2001 tendo como sede e criação a cidade de São Paulo. No entanto, ao longo desses anos, a feira, que se compromete com artes das mais diversas procurando mostrar como a Arte Negra é plural, foi ganhando espaços em outras cidades, como o Rio de Janeiro, cidade na qual a primeira edição ocorreu em 2016.

A Feira Preta vem crescendo e ampliando seus alcances. Agora, em sua versão online, pôde reunir corpos negros de diversos países latino-americanos criando um mosaico de cultura afro-latina.

Mais do que citar performance por performance, consideramos interessante ressaltar a pluralidade dos trabalhos enviados. Com o apoio do IMS e do Instituto AfroLatinas a Feira ganhou outras caras e corpos, em um evento online chamado IMS Convida, que a Apostila de Cinema cobre com direito a uma apostila especial.

O diálogo e as trocas entre a comunidade afrodiaspórica latino-americana revela nossas semelhanças. O candomblé, o samba, o tango (que foi inicialmente uma dança negra) fazem parte dessas multiplicidades. No entanto, na edição desse ano, chamada Latinidades Pretas, a diversidade do material é fascinante.

Temos desde artes de transformistas, manifestações religiosas, workshops de dança e gastronomia, até diálogos sobre identidade negra.

Mulheres com os mais diversos corpos, cabelos, olhares e sentimentos se reúnem para reivindicar um espaço de visibilidade que, por se fazer online, pode atrair a atenção daqueles que não estão acostumados a caminhar pelos espaços ocupados por elas.

O Latinidades Pretas é quase uma catarse de sentimentos. A identificação ocorre com cada uma delas e, através delas.

É importante entender que, apesar de não somente contar com projetos de artes audiovisuais, a feira tem, sim, uma relação estreita com o que chamamos de vídeo-arte ou performance audiovisual. O mais interessante do projeto, talvez, seja justamente isso. Por ampliarem o conceito de fazer artístico permitem que mulheres muito diferentes participem do mesmo.

Um dos vídeos que mais me comoveu, por exemplo, é de Mijane Jimenàz, do projeto Mano Amiga com Assumpción Salinas, no qual apresentam uma receita tradicional do México, o Machuco (não irei passar a receita aqui para que vocês assistam ao vídeo).

E, quem pode dizer que não é cultura? Quem pode dizer que não é performance? Quem pode dizer que não é arte?

A gastronomia tradicional também é, para algumas mulheres, espaço de resistência e pertencimentos.

Deixo os links para o Projeto IMS convida: Latinidades Pretas, do Instagram Latinidades Pretas e para esse vídeo em particular, mas deixo também a recomendação de que todos vejam as performances y un fuerte abrazo a todas mis hermanas negras.

¡Las celebro!

IMS Convida – Feira Preta

Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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