Sinopse: “Medeia por Consuelo de Castro” conta a versão do famoso mito grego reescrito por uma mulher. Deusa, guerreira, amante e mãe, Medeia sofre uma traição política além da traição amorosa. Renegada após suas grandes conquistas para ajudar Jasão, vai até às últimas consequências para se vingar e retomar a sua vida.
Direção: Gabriel Fernandes e Bete Coelho
Título Original: Medeia por Consuelo de Castro (2021)
Gênero: Drama
Duração: 1h 2min
País: Brasil
Feitiçarias em Tempos de Vídeo
Encenada pela Cia. BR116 em seu aniversário de dez anos e com distribuição da Pandora Filmes, a obra “Medeia por Consuelo de Castro” aparece como alternativa para o teatro em tempos de isolamento social. Não como única, é certo. Outras companhias também vêm apostando no formato audiovisual com outras soluções para continuar seus projetos, até mesmo a introdução de plataformas como Zoom e Google Meet em suas narrativas. A estratégia aqui, no entanto, pode ser considerada como um interessante meio de não paralisar os trabalhos.
A partir do dia 9 de abril, a obra fica disponível para locação no serviço de streaming Petra Belas Artes à La Carte pelo valor inicial de R$ 7,90.
Utilizando os sons, a iluminação e com cenários precisos e reduzidos (porém consistentes), Medeia aponta para mistura entre teatro e cinema sem esquecer do primeiro. Enquanto a fotografia, em preto e branco, nos lembra o Expressionismo Alemão com suas sombras bem marcadas e texturas e linhas bem definidas, a atuação é filha dos palcos. Bete Coelho, que recentemente já havia se destacado em “O Terceiro Sinal” (2018) e “Mãe Coragem” (2019), volta como a personagem principal conseguindo imprimir na difícil tarefa expressões e sentimentos de uma grande atriz.
Embora não possa contar com as mudanças dos jogos de luzes, comum nos palcos, a Cia. BR116 transfere para o foco – e para as boas atuações – a função de conduzir nossos olhares. Assim, a experiência mista do teatrofilme se completa com a utilização inteligente de espelhos e reflexos. A projeção de imagens que criam cenários múltiplos e personagens – e são utilizadas das mais diversas maneiras – e as sequências ao ar livre também funcionam muito bem.
Não é o mesmo que estar sentada esperando pelas campainhas e, provavelmente, o resultado da montagem (que já estava sendo pensada antes da pandemia) seria outro caso contássemos com a sala, mas é mais um caminho que se abre a partir da arte quando precisamos de apostas e coragem.
No mais, a história de Medeia e Jasão sempre hipnotiza.
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