Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir

Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir Filme Crítica Pôster

Sinopse: Em “Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir”, Dwight e a irmã Jessie precisam arrumar uma maneira de lidar com a misteriosa doença de Thomas, o frágil irmão mais novo dos dois. Eles discordam sobre como cuidar de Thomas, que só consegue se alimentar de sangue humano. Essa tarefa se mostra cada vez mais perigosa, e mantê-lo vivo pesa demais sobre o sensível Dwight. Deixando um rastro de cadáveres pelo caminho, Dwight se debate contra a terrível realidade do que é preciso fazer para que o irmão continue vivendo. Ele, então, aproxima-se de Pam, uma profissional do sexo, pagando-a para conversar, e desejando uma vida diferente. Porém, à medida que Dwight começa a se distanciar da família, Jessie, de maneira implacável, fará o que for preciso para mantê-lo por perto.
Direção: Jonathan Cuartas
Título Original: My Heart Can’t Beat Unless You Tell It To (2021)
Gênero: Horror | Drama
Duração: 1h 30min
País: EUA

Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir Filme Crítica Imagem

Reflexos Difusos

A gente se esquece como truques óticos simples podem tornar imagens casuais memoráveis. Nada que já não tenha sido feito antes, mas nosso olho reconhece, é diferente e, ao mesmo tempo, reconfortante. “Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir” (ou “My Heart Can’t Beat Unless You tell It to” que, aliás, é um ótimo título e reflete toda manipulação que envolve o filme, um dos lançamentos de 2021 da Dark Sky Films) é a decadência do corpo humano em sua visão mais crua e sua sequência inicial é um pouco de nossas memórias juvenis mais puras.

A fragilidade do corpo muitas vezes esquecida pelos momentos nos quais ele não aparenta tal precariedade nos faz esquecer que tudo pode acabar em apenas um segundo. Não por acaso os poucos sons (que quando aparecem fazem questão de serem bem marcados com cores escuras que os acompanham) nos transportam para um ambiente de quase mausoléu, com o perdão da possível insensibilidade, no qual aquele corpo estava quase a ser velado.

Os poucos movimentos que se repetem e refletem nos irmãos de Thomas (Owen Campbell), Jessie (Ingrid Scham) e Dwight (Patrick Fugit) inicialmente revelam um casal diligente disposto a sacrificar a juventude para prover momentos de felicidade ao irmão mais novo já tão doente. Mas será?

Algumas pistas desvelam agressividades desmedidas, gestos bruscos, negativas sem sentidos. Algo que nos remete ao incrível “Rua Cloverfield, 10” (2013) sem alienígenas e monstros, mas como personagens psicóticas igualmente assustadoras. Talvez seja um pouco nosso lado sádico, mas a cada mínima possibilidade que Thomas tem de escapar nossa vontade é que permaneça para ver até onde Jessie e Dwight levarão o plano insano. Sem luz ou com luz, enxergarmos o que queremos.

E isso é que faz um bom filme de terror. A gente nunca torce inicialmente pelo mocinho.

Veja o Trailer:

 

Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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