Leia a crítica de “O Refúgio”, estreia da semana na Amazon Prime Video.
Sinopse: Em “O Refúgio”, Rory é um empreendedor ambicioso que traz sua esposa e filhos americanos para seu país natal, Inglaterra, para explorar novas oportunidades de negócios. Depois de abandonar o subúrbio americano seguro, mergulham no desespero de uma Grã-Bretanha arcaica dos anos 80 e a nova vida insustentável numa mansão inglesa ameaça destruir a família.
Direção: Sean Durkin
Título Original: The Nest (2020)
Gênero: Drama
Duração: 1h 47min
País: Reino Unido | Canadá
Troféus da Vida
“O Refúgio“, após passagem discreta pelo circuito comercial agudamente impactado pela pandemia da covid-19, chega hoje no catálogo da Amazon Prime Video. Ambientado na década de 1980, o filme acompanha a trajetória de Rory O’Hara (Jude Law), um empresário que se torna refém das aparências.
O longa-metragem, escrito e dirigido por Sean Durkin, começa cheio de estilo. Logo nos créditos iniciais, uma introdução muito parecida com produções da época onde se passa a história. Nos ambienta em uma família tradicional do subúrbio de Nova Iorque. Dois carros na garagem e uma aparente estabilidade. O rádio nos provoca a ideia de que estamos em um momento de retração da economia norte-americana, com as notícias de que o Presidente Ronald Reagan tomou medidas protecionistas. A esposa de Rory, Allison (Carrie Coon) constrange uma cliente que está em débito. Os filhos começam a apresentar demandas típicas da idade: Ben (Charlie Shotwell) é uma criança por volta de dez anos que aparenta insegurança, enquanto Sam (Oona Roche) é uma adolescente que começa a tomar gosto pela liberdade das descobertas.
A mudança em “O Refúgio” se dá quando o protagonista vivido por Law informa que, devido às circunstâncias, eles terão que se mudar para o Reino Unido, possibilitando que ele trabalhasse em Londres, onde potenciais clientes o esperam. Ali somos informados de que a estabilidade era, de fato, aparente. Envoltos em mais uma mudança, a família de Rory não se adaptará com a mesma facilidade ao Velho Continente. O trabalho de construção de personagens dos atores se destaca, a ponto de serem lembrados no Gothan Awards, prêmio dedicado ao cinema independente, com indicação para melhor ator e atriz. O design de produção de James Price (do tecnicamente impecável “Judy: Muito Além do Arco-Íris”, de 2019) tem um difícil trabalho de alinhar as representações da época em que a história se passa com o cenário melancólico e depressivo da mansão do século XVII para a qual a família se transfere.
“O Refúgio” passa por questões comuns ao seu tempo, sem que tenha um ar de releitura forçada. A mãe de Allison, por exemplo, reproduz a misoginia ao aconselhar a filha, relutante em mudar de país, a “aceitar” a decisão do marido. Aos poucos a máscara do empresário começa a cair na frente de todos, já que ele se vende enquanto homem bem sucedido, mas não consegue administrar nada em sua vida. A maneira como ele lida com isso é tratar todos os elementos que a compõem de forma isolada, transformando todos os aspectos em troféus. O longa-metragem consegue fazer bem essa dualidade de espaços, o espectador compra a ideia de que a família de Rory está isolada justamente para se manter em um cenário a parte – e ele poder vender outra realidade na cidade, junto aos clientes e colegas de trabalho.
Mais adiante a relação de Allison com seu cavalo, uma tentativa de criar laços com seu novo território, lhe provará que não adianta enterrar os problemas porque, depois de um tempo, eles voltam à superfície. O filme, por sinal, faz isso usando Ben como um agente aterrorizado, uma breve adição de elementos de gênero que consegue gerar a instigação necessária para o grande momento dramático.
De certa forma, estamos diante do retrato de uma era em que a globalização se manifestava de forma embrionária. As empresas poderosas em seus países começavam a se articular para dominar outros mercados e a figura daquele homem inglês com uma “visão americana“, vendendo cosmopolitismo, sofisticação e sucesso, sem dúvida, foi responsável por muitas histórias parecidas com a aqui apresentada. Allison, ao se encontrar cada vez mais sozinha, passa a ler sua rotina de outra forma, mas não consegue sair de uma situação de passividade de maneira fácil.
Durkin, então, cria um paralelismo ao fazer ela sofrer o mesmo constrangimento pela falta de dinheiro, uma inversão que desperta uma empatia que ela não tem mais para quem demonstrar. Outros fatores na obra remontam a descartabilidade das relações por parte de Rory e esse acaba sendo o grande atrativo em relação ao personagem de Law, que não merecia tanto o protagonismo já que o arco da mulher é bem mais interessante. Porém, resquícios de uma visão atravessada que o cinema precisa superar.
“O Refúgio” tem uma cadencia em seu ritmo que pode torná-lo bem menos prazeroso do que um drama familiar que escolhe ancorar suas passagens em cenas de forte carga dramática. Aqui a sobriedade marca o tom, um andamento mais coerente com o forma britânica de se expressar. Carrie Coon é o grande destaque, em sequências como aquela em que o marido, paralisando propositalmente a obra na mansão-museu por ter dado calote no empreiteiro, a leva para jantar em um dos restaurantes mais chiques da região. Rory é o típico personagem que sucumbe ao trabalho duro, pois insiste em levar todas as suas dinâmicas no “papinho”. Não se assuste, são pessoas que ainda estão por aí e têm grande poder de dominar espaços.
Veja o Trailer:
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Um lixo de filme. Só uma mente podre e fétida para faze–lo. Se quer sair deprimido após assistir então é um bom prato
Pelos comentários acho que sou o único que gostou, deve ser porque o povo já tá fissurado com os filmes da Marvel.
Perda de tempo assistir esse filme.
Toda a trajetória familiar e seus questionamentos estruturais e existenciais, diante da passividade dos personagens, não tem propósito algum p concluir a estória.
Ótimo filme, mas é preciso saber apreciar.
Perdi duas horas da minha vida com esse lixo, se você não viu ainda, fassa um favor pra si mesmo e va assistir Dr House ou qualquer outra coisa, filme não sai do lugar, consegue ser tão monótono que a cena mais marcante do filme é um pire paque em um cavalo, filme ruim, ruim, ruim mesmo, fiquem longe.
O filme não é trazer novidade e sim retratar o que vemos hoje.Ainda vemos famílias assim,alimentando o que não tem ou não são. Achei interessante sim.Só poderiam por um final melhor.Ficamos no vácuo.
Nem o Jude Law consegue segurar um filme tão ruim… Carrie carrega o filme de quase 2h mas é td muito decepcionante. Perda de tempo
Um lixo! Como alguém consegue atrair bons atores para fazer um lixo como este! Queimação de imagem de bons atores! Fuja desta porcaria!
Fiquei esperando o final,qual decisão que ele tomou? Vai ter continuação só pode ,se não o próprio escritor se cansou de escrever e não terminou rsrsrsrs que raiva desse final.
Sabe aquele final que chega na hora errada? Fiquei esperando mais alguma cena, um desfecho. Descepcionante.
Roteiro fraco! No final fiquei decepcionada , aguardava um desfecho que não aconteceu! Deixou a desejar
Quem diz que o filme é um lixo não tem a menor sensibilidade para entender as nuances da dinâmica familiar. O desfecho remete à própria vida, onde não há final feliz ou triste, apenas uma continuação do que é. Entendi que ele percebeu que, fora daquele teatro em que ele vive 24h por dia, a família é a única coisa real que ele tem. Eles na mesa, sentados, tomando um simples café da manhã, remeteu ao diálogo com o taxista, que lhe falou sobre o que era importante na vida! Amei o filme! Drama na medida certa.
Achei que o filme conta uma história bem real ,que acontece mas ninguém quer dizer que é a sua história.eu posso dizer que é bem parecido com a minha.realidade que decepciona mas ela existe.
Filme marcante. Tem um ritmo que mescla cenas cotidianas ao estilo Woddy Allen com um certo suspense psicológico visto em O iluminado de Stanley Kubrick. A indefinição do final mostra a contínua indefinição que é inerente a vida. Um clássico
O ritmo lento atrapalha, pode cansar alguns. Moral da história: seja você mesmo, nunca viva de aparências.
Um filme que foge do roteiro comum, eu adoro um drama. O ponto alto são as cenas da personagem Allison, além de ter mais dinâmica, ainda mostra todo o esgotamento dela na relação com o marido.
Vale o seu tempo.