Sinopse: “Quaren$onho” traz histórias, reflexões e divagações durante uma pandemia de Rosa Luz, artista visual, de áudio e vídeo independente na internet. Conhecida como nome central para a visibilidade LGBTQIA+, é moradora de Carapicuíba, no Estado de São Paulo.
Direção: Rosa Luz
Título Original: Quaren$onho (2020)
Gênero: Experimental
Duração: 17 min
País: Brasil
Transmutação é a Única Certeza
Rosa Luz, artista paulista trans e negra, faz seu vídeo “Quaren$onho“, integrante do projeto IMS Convida, em formato de diário. Ao contar as suas angústia e a dificuldade de manter uma rotina, já que sua vida é feita “nos corres”, Luz também fala um pouco sobre sua irmã e outras mulheres que a acompanham durante a Quarentena.
Creio que, nessa altura dos acontecimentos, todos saibamos que ser artista no Brasil não é tarefa das mais fáceis. Ser artista trans e preta dificulta ainda mais o processo de aceitação.
Parece que ao falarmos a palavra “artista” uma imagem alva, plácida, esguia e masculina passa pela cabeça de muitos de nós. Artista, em geral, é aquele rico que pode se sustentar de editais esporádicos. No entanto, Luz está aí para provar que artistas existem em todos os corpos.
Pincipalmente porque , o que em “Quaren$onho” parece um diário despretensioso (e, em certa parte, o é) revela-se também uma potente documentação da dificuldade das artistas trans pretas que vivem na incerteza de poder continuar seus trabalhos.
Ao trazer para o vídeo suas amigas e seus medos, Rosa Luz enfatiza a força comunitária que é mais do que necessária em ambientes de provável rejeição.
Consequentemente, os versos, ora rimados ora não, nos guiam para essas vivências de incertezas. De todas. Possivelmente, é a incerteza que ronda esses corpos durante toda sua vida. Desde os trabalhos informais, até a não aceitação por parte de familiares e amigos. Luz, por força e sorte, conseguiu reunir ao seu redor um grupo de mulheres que se apoiam nas instabilidades do COVID-19 e da vida.
VEJA O FILME:
“A vida é uma eterna meditação
onde os sonhos se encontram com a morte
em meio a Pandemia
e assim seguimos em looping
eterno”
(Rosa Luz)