Tides

Tides 2021 Filme Crítica Pôster

Sinopse: Após um pouso difícil, uma jovem astronauta acaba sozinha em um ambiente desolado. A Terra agora está praticamente submersa e as marés dominam. Nos raros momentos em que as águas baixam, pequenas comunidades procuram comida. A vida é quase impossível e a violência impiedosa domina em todos os lugares.
Direção: Tim Fehlbaum
Título Original: Tides (2021)
Gênero: Ficção | Thriller
Duração: 1h 44min
País: Alemanha | Suíça

Tides 2021 Filme Crítica Imagem

Tá na Água, Deixa a Maré Levar

O que fazer próximo a uma catástrofe mundial? Ver filmes sobre catástrofes mundiais. E, acreditem, estou longe de falar sobre o vírus que enfrentamos. Ele é, apenas, desculpem a batida e fraquíssima metáfora, a ponta do iceberg – se é que ainda nos sobrou algum nesse mundo.

Filmes sobre a descolonização ou recolonização da Terra sempre me interessaram porque, no fundo, a história da humanidade e desse planeta – perdão novamente pela franqueza, bem mais inteligente que os seres humanos – sempre passou por aí. No alemão “Tides” (2021), filme dirigido por Tim Fehlbaum e exibido na última edição do Festival de Berlim, o que conhecemos por Terra encontra-se quase completamente congelada após a destruição.

Resta voltar ao subsolo e ao ar. À origem de tudo: a água e o espaço. Explicando melhor: se não dar para sair por terra, tendemos a procurar a saída em outras duas forças da natureza. Costuma dar certo, ainda estamos por aqui. AINDA.

No longa-metragem europeu, apesar de termos algumas sequências plasticamente bonitas, logo em seguida nos deparamos com aquele clima de fim de mundo “Mad Max” (1979) e, no caso, não foi um elogio. “Expresso do Amanhã” (2013), por exemplo, um dos meus filmes de gênero favoritos que ainda aponta para algumas questões interessantes, alterna essas cenas com primor.

As atuações não são um forte em “Tides“, talvez explorar um pouco mais as sequências do vazio e da água, já que estamos nos clichês, pudesse extrair da obra um pouco mais de densidade. As marés nunca estão erradas. Nesse caso, elas foram mal utilizadas. O cartaz consegue extrair possivelmente uma das sequências mais filosóficas do filme. Estamos mesmos todos submersos em água.

Veja o Trailer:

Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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