Artigo | Algumas Maneiras de se Ver o Mundo

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É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários

O maior festival documental do Brasil, o Festival É Tudo Verdade, tem sua 26ª edição iniciada hoje – 08 de abril. Assim como a edição do ano passado, a diferença desse ano para os demais, é sua realização virtual. Em um mundo (e, em um Brasil) atravessado por crises de saúde e políticas podemos ressaltar a importância do festival como um momento de reflexão e discussão.

Criado em 1996 pelo crítico Amir Labaki, o É tudo verdade já ganhou seu espaço como um dos principais eventos de filmes documentais do mundo. Assim, a programação desse ano que, além das tradicionais mostras competitivas e do Foco Latino-Americano, também tem uma homenagem à Caetano, Ruy Guerra e Chris Marker.

Ao invés de analisarmos cada uma dessas mostras especiais individualmente, faz-se essencial pensar nesse caráter de reflexão do documentário em tempos sombrios. Em sua conferência de abertura, Chris Marker e a América Latina, Trânsitos Estéticos e Políticos a organização do evento aponta para isso. Na própria construção da programação que iremos acompanhar até o dia 20(com a exibição dos vencedores), essa característica permanece. Entre filmes que retratam a ditadura militar na América Latina, pensam as guerras civis pelo globo, refletem as divisões sociais e territoriais nas cidades e trazem a forte relação entre arte e política, teremos a oportunidade- ano após ano reiterada- de fazer do cinema documentário um espaço de estar em relação com o outro. Esse outro, é claro, pode se apresentar como um ser de outra nacionalidade, como um novo espaço, como uma outra época ou como um conflito renegado que mora em nós mesmos.

Uma das coisas que pudemos aprender com o francês Chris Marker e com o moçambicano Ruy Guerra (não por acaso homenageados pelo festival) ao longo de suas obras: por mais que as formas dos documentários possam variar de acordo com opções narrativas e estéticas, o caráter político da obra permanece latente e, é nele que podemos observar sua grandiosidade.

Clique aqui e acesse a página oficial do É Tudo Verdade.

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Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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