Casa Sem Janela

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Mostra Cinemas do Brasil 2020

Sinopse: Quando levantou a casa, o sonho viveu lá. Depois morreu e tudo mudou: ficou a ruína. Dizem que ruína é coisa alguma, mas não é verdade. Ruína é a casa do abandono.
Direção: Juliette Yu-Ming, Marcelo Engster e Vitor Kruter
Título Original: Casa Sem Janela (2014)
Gênero: Documentário
Duração: 13min
País: Brasil

Casa Sem Janela Curta Imagem

Espectro que Ainda Resta

Dentro do programa “Quando a sala de projeção vira personagem” da Mostra Cinemas do Brasil, o curta-metragem “Casa sem Janela” foi produzido em 2014 por alunos da Darcy Ribeiro e tem três realizadores assinando a direção: Juliette Yu-Ming, Marcelo Engster e Vitor Kruter.

Já não sendo o primeiro com a temática, podemos, antes mesmo de falar sobre o filme em si, inferir que o tema da sala de cinema abandonada desperta certo fascínio entre os estudantes da arte.  Exibido no festival ReCine, também no ano de 2014, a obra traz consigo uma certa nuvem de glamour e de nostalgia, como também é como a alguns outros filmes da Mostra.

Casa sem Janela” se aproveita de uma trilha sonora bem trabalhada desde as músicas até os efeitos sonoros dos rolos rodando e dos sons das ruas vivas. “Minha vida se confundiu com o filme…”, “Eu me lembro muito bem…”, ao narrar as saudades narradas, acompanhamos um pouco do que foi a vida cultural carioca em meados do século XX. As diversões, que podem parecer bobas para nós, cabem perfeitamente nesse momento de advento do cinema no país.

Grandes nomes são entrevistados e mostram não a sua relação profissional com o cinema, mas a pessoal. Aquela que ultrapassa saberes e lógicas “intelectualizantes”. O cinema rompe as telas e toma os corpos. Quantos nomes que escutamos de nossos pais e avós! Os desenhos, os filmes “impróprios”, a censura. Tudo faz parte da história dessas pessoas e do cinema no Brasil.

Todo tomado por imagens em preto e branco e fazendo questão de lembrar as imagens que queimavam com a película altamente inflável, “Casa sem Janela” comove por sua edição, mas principalmente por mostrar que no cinema somos todos espectadores prestes à nos encantar. Ainda que as salas tenham sido fechadas, restam as memórias, as poeiras e as vozes de quem lá esteve. Silvio Tendler deve concordar.

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Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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