Deserto do Ouro

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Sinopse: Em “Deserto do Ouro”, dois estranhos acham a maior pepita de ouro do mundo. Para proteger a descoberta, um deles é deixado para enfrentar a solidão e os diversos obstáculos do deserto.
Direção: Anthony Hayes
Título Original: Gold (2021)
Gênero: Thriller
Duração: 1h 37min
País: Austrália

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Eu Ouvi Ouro?

Mais uma produção australiana que chega ao streaming no mês de junho (a outra foi “Interceptor“, na Netflix), o suspense “Deserto do Ouro” leva Zac Efron para a região desértica do outback no maior país da Oceania. Lá ele será um homem à procura de riquezas escondidas na área remota. Não sabemos seu nome nem o do personagem interpretado pelo diretor Anthony Hayes, um local que oferece o serviço de transporte para desbaratar o espaço. Sucesso de distribuição ao redor do mundo, para alegria da South Australian Film Corporation, chegou aqui pela programação e catálogo do Telecine.

Ao encontrar aquela que seria a maior pepita de ouro já vista, o australiano combina com o norte-americano que retornará para a cidade para tomar as providências necessárias, deixando o eterno galã de “High School Musical” (2006) jogado à própria sorte no deserto. Trata-se de uma das obras que acompanhará o protagonista em uma luta por sobrevivência, tal qual “O Regresso” (2015) ou “Náufrago” (2000). Aqui como componente a perspectiva de enriquecimento, premissa clássica de algumas das grandes aventuras da história do Cinema.

A experiência e o carisma de Efron é o suficiente para nos manter conectados a “Deserto do Ouro“. Em boa parte da narrativa ele precisa, sem usar as palavras, se proteger de tempestades de areia, racionar alimentos e comidas e tentar passar despercebido por lobos e outros animais que controlam aquele habitat. Partindo por uma jornada por sua conta e risco, a forma como Hayes disseca a imagem do protagonista parece querer lembrar, a todo instante, que a ousadia daquela situação tem em sua origem o excesso de ambição e a ganância. Aliás, notas de produção informam que as tempestades de areias foram reais e uma parte desafiadora na produção do filme.

A transformação que a descoberta de ouro traz já foi argumento de grandes filmes como “O Tesouro de Sierra Madre” (1948), assim como o petróleo e outras extrações que colocam a Natureza como provedora de riqueza. O clima aqui é bem menos aventureiro, chega a ser introspectivo. No primeiro ato, o cineasta faz do longa-metragem quase que um road movie contemplativo, apresentando a dupla de personagens em uma mistura de silêncio e quebra de silêncio, em diálogos expositivos (que pouco expõem). Sem construir uma relação de confiança, muito porque as tentativas de reunir informações sobre o outro são falhas. A origem da cicatriz gigante no rosto do norte-americano é um exemplo. Isso faz com que eles nunca saiam do estágio de suspensão.

É nessa expectativa que o espectador de “Deserto do Ouro” precisa extrair não a riqueza, mas a sua experiência audiovisual. Um compasso de espera que pode desagradar quem acredita estar diante de um thriller mais movimentado – ou até violento, como a visualidade da já citada obra de Alejandro González Iñárritu. Quem sabe um clímax de arrepiar as espinhas, como a história real por trás de “127 Horas” (2010), de Danny Boyle. Nada disso. Aqui a grande atração é uma fotografia que vai deixando de lado as belezas das planícies para imagens cada vez mais sujas e empoeiradas, na companhia dos crescentes demônios na cabeça do protagonista.

Chegando à segunda metade, o tempo passou de forma a aumentar a fragilidade do corpo e da mente do homem que espera o retorno do outro. Não mais como a confirmação de seu bilhete premiado, mas sim como única chance de sobrevivência. A partir de uma confusão que torna bem mais incerto o conceito de real que passa sobre a tela, “Deserto do Ouro” explora ao máximo a mistura de contemplação e intriga para resolver os dois destinos nos segundos finais. O primeiro a gente esperava. O segundo surge sem que haja resposta, apenas a ideia de que – mesmo no outback australiano – nunca estamos sozinhos.

Veja o Trailer:

Jorge Cruz Jr. é crítico de cinema associado à Abraccine e editor-chefe da plataforma Apostila de Cinema.

9 Comments

  1. Olha, o filme prende p caramba! O personagem principal é meio atrapalhado e confuso! Qual problema em deixar os cães devorarem o cadáver da intrusa!? A ganância é o tema chave…a paisagem desértica e o clima de sobrevivência em condições absurdas dão um bom motivo p terminar de assisti-lo

    1. Perdi meu tempo que poderia ter assistido a outro filme., que final lixo ! Péssimo

    2. O filme prende atenção. No principio ja achei burrice um deles ficar cuidando da pepita. Final frustrante e previsível.

  2. Um dos heróis – ou anti-herói – mais burros deste século no cinema! Que necessidade havia de ficar cuidando a pepita? Como ser tão ingênuo, crédulo ou estúpido para achar que o recém conhecido com cara de bandido iria voltar antes que ele estivesse morto? A recusa de água , auxílio etc… pelas nômades é , vá lá, até aceitável por já se encontrar em estado alterado de consciência e siderado pela cobiça. História Inverossímil pela burrice infinita do personagem principal.

  3. Ponto 1. Poderiam ter enterrado mais o ouro com terra e pedras e irem os dois em busca da escavadeira.
    Ponto 2. Porque o cara que foi buscar a escavadeira não matou o personagem do zac com um tiro? Ficou lá esperando pacientemente esperando o cara definhar e morrer. Achou que que não teria as mãos sujas de sangue?

  4. Acelerei o vídeo dos 20 m iniciais aos 10 finais por ser roteirista e já imaginar que o filme não merecia muita perda de tempo. Com certeza o ouro deve ter vindo do planeta de onde veio o Super-homem para ele vender na bolsa de Chicago.

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