DNA

DNA Maïwenn Filme Francês 2020 Crítica Pôster

Sinopse: Em “DNA”, Neige Robert é uma mulher ligada ao avô argelino que a protegeu do relacionamento tóxico com os pais durante a infância. Quando ele morre, Neige entra em uma profunda crise de identidade, revelando novos níveis de ressentimento e amargura entre integrantes da família.
Direção: Maïwenn
Título Original: ADN (2020)
Gênero: Drama
Duração: 1h 30min
País: França | Argélia

DNA Maïwenn Filme Francês 2020 Crítica Imagem

Sobre as Lutas que Poderiam ter Sido e Aquelas que Ainda Poderão Ser

Uma das atrações do Festival do Rio online de 2021 (antes de chegar ao circuito como uma das estreias deste ano) e vindo da seleção Oficial do Festival de Cannes de 2020 e do Festival Varilux de Cinema Francês que, em geral, nos apresentam a bons filmes, “DNA” – escrito, dirigido e protagonizado por Maïwenn – toca questões sensíveis e inevitáveis: o envelhecimento e o legado.

Ao acompanhar o cotidiano de Emir (Omar Marwan) e suas constantes visitas de parentes, o longa-metragem nos confronta com um futuro mais próximo para alguns, mas certamente imaginável para todos. De certo, é possível que a morte chegue antes, mas quase sempre a tememos. As relações complexas entremeadas de questões mal resolvidas são tratadas ali mesmo dentro da casa para idosos e nem sempre resolvidas porque, se alguma coisa a idade há de ensinar e, espero que ela me ensine, é que para algumas questões não há resolução e, para outras, há a luta.

De qualquer forma, o esquecimento esperado, a ironia e a irritação relevada em alguns momentos nos conquista porque vamos reaprendendo com cada parente novamente quem são (cada um deles) e como se integram dentro daquela constelação. Rir e chorar. Lutar e viver. Tudo faz parte da mesma esfera cósmica ou do eterno retorno da vida, diria a citação nada original do filósofo.

As perdas inevitáveis dentro de um espaço como esse também são duras, como não poderiam deixar de ser, mas reais. Há um procedimento a ser seguido. Sempre há. Como tudo na vida. Do nascimento à morte. E, por mais que algumas mortes sejam mais ligeiras e nos peguem como uma flecha, sem muito tempo para pensar – ah, mas podem acreditar, o tempo virá depois – outras demoram eternidades. Essas, às vezes, trazem um pouco de tédio, impaciência, raiva…

No fim, tudo acaba em terra. Por mais que a questão social esteja posta em “DNA” e, sim, em tempos como os nossos que esteja mesmo. Sobra a terra e, por vezes, o remorso. Sejamos mais que isso. Passado, futuro.

Veja o Trailer:

Em constante construção e desconstrução Antropóloga, Fotógrafa e Mestre em Filosofia - Estética/Cinema. Doutoranda no Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com coorientação pela Universidad Nacional de San Martin(Buenos Aires). Doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Além disso, é Pesquisadora de Cinema e Artes latino-americanas.

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